Primeiro chip de 65 nm - Instituto Eldorado
19 de Outubro de 2012

Primeiro chip de 65 nm

(19/Out/2012)
Chip tem cerca de 90 milhões de transistores e uma superfície de 20 mm².
O Instituto de Pesquisas Eldorado é a primeira empresa da América Latina a desenvolver um chip de 65 nm (nanômetro, medida equivalente a um milionésimo de milímetro), um componente altamente sofisticado, contendo cerca de 90 milhões de transistores e 10 milhões de gates em uma superfície de pouco menos de 20 mm². Trata-se do chip mais avançado já produzido na região e um marco na microeletrônica brasileira. Participou do projeto a também brasileira Idea! Sistemas Eletrônicos.
O chip é um demodulador para TV digital, que poderá equipar notebooks, tablets, smartphones, aparelhos de TV de tela plana, televisores portáteis, navegadores GPS, conversores e qualquer outro tipo de aparelho eletrônico que com ele passam a receber o sinal da TV digital brasileira, que usa uma variação do padrão japonês (ISDB-T). O chip será fabricado em Cingapura pelo Global Foundries, já que no Brasil ainda não há instalações para a fabricação de semicondutores com esta sofisticação.
Segundo Arthur Catto, superintendente do Eldorado, foram investidos R$ 4,5 milhões neste projeto, basicamente consumidos na montagem de toda infraestrutura necessária, com estações de trabalho, máquinas com alto poder de processamento, licenças de softwares para design, simuladores, modelagem matemática, formação da equipe, treinamento, consultoria, prototipagem e testes. “O nosso foco principal não é substituir a importação de chips. A ideia que justifica o investimento é ter um produto comercialmente competitivo e mostrar para o mundo que somos capazes de produzir resultados com esta complexidade”, diz o executivo. “Já há empresas internacionais que antes só olhavam o Brasil como um mercado para vender produtos e que hoje consideram o País como um local para desenvolver projetos. Dessa forma, nos somamos aos esforços que várias outras pessoas de demonstrar que somos um País viável”.
Para Catto, mais do que o retorno financeiro este projeto mostra para o mundo que o Brasil consegue entrar no grupo seleto de países com competência em projetos de circuitos integrados voltados para o mercado consumidor. “Para nós, o sucesso do projeto constitui um componente importante em nossa competência. Hoje, o Eldorado atua desde projetos de circuitos integrados até o desenvolvimento de softwares, oferecendo soluções de ponta a ponta. Praticamente, não há problemas nas áreas que atuamos sem que haja um grupo interno de profissionais preparados para apresentar soluções, temos um leque bem completo de competências”, afirma.
Catto vê grande potencial desse chip em produtos como notebooks e tablets. “O usuário de notebook, por exemplo, hoje precisa acoplar um dispositivo na porta USB do equipamento para receber o sinal da TV digital aberta. Com o chip instalado, ele não precisará adquirir nenhum outro dispositivo – o funcionamento é similar ao da rede Wi-Fi, em que o equipamento tem um chip específico e procura o sinal da rede sem fio para acessar a internet”, explica.
Desenvolvimento – Para José Eduardo Bertuzzo, gerente de Desenvolvimento de Hardware do Eldorado e coordenador da equipe que desenvolveu o produto, a parte mais valiosa do chip é o conhecimento inserido nele.  Em sua opinião, é importante que esse valor fique no País para realimentar o ecossistema, para que haja novos investimentos, que irão gerar mais conhecimento e inovação, num círculo virtuoso. “Mais importante que ter uma fábrica de semicondutores, é a capacidade de elaborar projetos e influenciar a geração de novos produtos. Isso traz resultados muito mais rentáveis, inclusive para o desenvolvimento do País”, observa o executivo. “Uma vantagem que nós do Eldorado temos é que não somos especializados apenas em projetos de chips, somos também desenvolvedores de produtos que irão utilizar esses chips, incluindo hardwares e softwares. Dominar o ciclo completo é o nosso principal diferencial”, comenta.
Segundo Bertuzzo, desde 2005 o Instituto vem desenvolvendo trabalhos na área de semicondutores. O chip para TV digital foi o primeiro projeto concluído, que contou com incentivos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que há anos vem se esforçando para criar um ecossistema em microeletrônica, de forma a inserir o Brasil no cenário internacional de semicondutores. “O nosso projeto teve início no fim de 2009 e em outubro do ano passado ele foi enviado para a Global Foundries para a fabricação de um lote experimental e agora está entrando em produção, pois já temos clientes interessados no Brasil”, diz Bertuzzo.
O executivo explica que a primeira etapa do desenvolvimento de um chip é a definição de sua arquitetura. “Concluímos esta última fase recentemente. Foram mais de dois anos de trabalho, que envolveu o esforço de uma equipe com cerca de 30 profissionais”, finaliza.
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