(17/8/2015)
Wearables para Healthcare é tema de pesquisa do Eldorado
Vigente desde 2014, a Oficina Tecnológica Wearables para Healthcare visa testar técnicas e tecnologias para o desenvolvimento de provas de conceito e protótipos para aplicações de saúde. Até o fim do ano, a equipe espera concluir a oficina apresentando uma prova de conceito e uma metodologia para definição de projetos com esta tecnologia.
Buscando viabilizar projetos em novos campos de atuação e incentivar o aprendizado organizacional, o Eldorado conduz o programa Oficinas Tecnológicas, que envolve a comunidade do Instituto no mapeamento e estudo de tecnologias que possam trazer benefícios para o Eldorado e seus parceiros.
Já ativa há dois anos, a Oficina Tecnológica Wearables para Healthcare conta com um grupo de aproximadamente oito colaboradores. Seus principais objetivos são capacitação em tecnologias médicas e nas áreas associadas que agregam valor a esse tipo de solução, desenvolvimento de pesquisa em tecnologia nacional sobre wearables e dispositivos voltados para atenção à saúde, prototipagem de sistemas de medição e interação com os sensores para reduzir riscos de integração, networking com membros de academia e empreendedores, e desenvolvimento e teste de protótipos.
Um estudo realizado pela Salesforce Research mostra que os wearables, também conhecidos como dispositivos vestíveis, estão em ampla expansão e são vistos como uma plataforma estratégica para melhorar o desempenho dos negócios.
Segundo Haroldo Onisto, um dos líderes da Oficina, “as soluções nessa área têm um viés bastante multidisciplinar. A Oficina tem permitido o desenvolvimento de um know-how para integrar conhecimento de diversas fontes, como designers, a Engenharia de produtos e dispositivos, a integração dessas soluções no mundo virtual para smartphones, tablets, a visão da solução enquanto sistema, com ênfase no uso cotidiano, entre outros”.
Uma solução wearable, médica ou não, tem que se integrar ao vestuário no dia a dia como um acessório. Ela precisa se integrar ao corpo humano de uma maneira ergonômica e pouco incômoda, para que o usuário até se esqueça que está usando. “Outra característica importante do wearable é que ele é um produto de escala e tem desafios próprios, tanto no aspecto de produção quanto no aspecto de adesão, portanto, é preciso fazer algo que seja factível de produção em alta escala e, ao mesmo tempo, abrangente o suficiente para despertar o interesse de um público-alvo amplo”, explica Haroldo.
A oficina vai concluir este ano com estudos e uma prova de conceito. “A ideia é elaborar protótipos que sirvam de prova de conceito e que possam ser feitos com técnicas de pequena escala. Ainda não definimos o que será desenvolvido, devido aos desafios da produção em pequena escala e da miniaturização das peças”, conta Onisto.
Capacitação da equipe é um dos maiores ganhos
A oficina tem possibilitado aos colaboradores envolvidos o entendimento mais abrangente dos desafios das barreiras de entrada nesse nicho tecnológico. Segundo Haroldo, “hoje, o grupo tem uma compreensão maior da multidisciplinaridade que esse tipo de projeto exige para que o resultado seja, de fato, um produto wearable e não somente mais um dispositivo portátil. Um dispositivo portátil requer a atenção do usuário para ser útil, já um wearable bem concebido continuará sendo útil mesmo quando o usuário esquece que o está vestindo.
O grupo também aprendeu que, para uma aplicação médica, o foco está muito mais em dados estatísticos do dia a dia que possam influenciar, por exemplo, em problemas metabólicos, como diabetes, problemas circulatórios, entre outros.
“Nós estamos aprendendo que wearable médico tem mais lugar e espaço em medicina preventiva e de mudanças de hábitos, o que o diferencia de um dispositivo médico portátil, como o holter, que é usado para uma avaliação clínica, sob supervisão médica e por um período de tempo limitado, com o objetivo de se obter um diagnóstico. Com isso, a gente pretende chegar a um método, uma proposição de táticas que possibilitem maior assertividade no desenvolvimento dos produtos wearables”, finaliza Onisto.