Devido à modernização das empresas frente às demandas cada vez mais complexas e repetitivas, com prazos cada vez menores, a qualidade do produto final foi afetada negativamente ao longo dos anos. Isso gerou problemas como retrabalho, manutenções, bem como gastos extras, onerando projetos e entregando produtos inconsistentes e sem credibilidade.
Criou-se a necessidade de buscar melhorias de processos, qualidade e otimização do tempo. A automação de testes é uma dessas melhorias que se destacou e que vem ajudando, desde então, na economia de tempo em relação à execução dos processos, com foco em diminuição do retrabalho, principalmente, aplicando qualidade ao processo e ao produto.
A automação de testes se tornou muito útil na otimização, pois desempenha automaticamente rotinas que, anteriormente, eram feitas manualmente de forma repetida e exponencial. Então, quando um processo manual era realizado e identificado como um fluxo repetitivo, ele passava por uma automatização, ou seja, gerava-se de um “script” que pode ser operado várias vezes por meio de uma ferramenta de automação, simulando fielmente o mesmo comportamento (passo a passo) do usuário e evitando problemas na reprodução. Constrói-se, assim, uma base que possa cobrir vários cenários dentro de um escopo de teste de garantia, dando confiabilidade ao produto entregue.
Explicando mais claramente, o teste automatizado é o processo de execução de passos manuais de forma automática, a fim de disponibilizar mais cobertura sobre os cenários mapeados, melhorando o uso do tempo, a agilidade e a qualidade do produto final.
Automatizar? Cuidados ao tomar essa decisão
Sem dúvidas, a aplicação da automação em software vem sendo um fator decisivo quando o assunto é competitividade, agilidade, economia de tempo e confiabilidade do produto. Porém, antes de tomarmos qualquer decisão, devemos levar em consideração alguns fatores primordiais: o tempo para implantação desse processo; a maturidade da equipe responsável; a complexidade do software (linguagem) em relação ao modelo de negócio; as ferramentas disponíveis internamente e no mercado; as que melhor se adequam às necessidades do cliente; bem como o budget disponível para o seu projeto.
Caso as respostas sejam positivas, coloque mãos à obra, pois é a hora para iniciar o processo de automação dos seus casos de teste.
Melhores práticas em relação à automação de testes
- Conheça cada detalhe do produto que será automatizado;
- Entenda as regras que estão por trás da funcionalidade, assim como sua complexidade;
- Defina um processo ágil, que seja de fácil entendimento para todos;
- Defina um plano/estratégia para a automação em relação ao produto;
- Monte um ambiente usando as ferramentas necessárias para a automação e, se possível, use integração contínua;
- Elabore os scripts (passo a passo), priorizando critérios de aceitação, bem como os detalhamentos necessários;
- Execute os scripts de teste;
- Registre, por meio de ferramentas de gestão de erro, os “bugs” encontrados durante o ciclo de execução;
- Apresente os resultados e métricas.
“Aqueles que não conseguem se lembrar dos erros do passado estão condenados a repeti-los” (George Santayana).
Ferramentas para suporte à automação de testes
As ferramentas abaixo representam somente as mais populares utilizadas para automação. Lembre-se, portanto, que isso também depende da sua necessidade quanto aos níveis, tipos e técnicas que devem ser aplicados aos testes a serem executados.
- Selenium;
- TestComplete;
- Watir;
- Cucumber;
- Ruby;
- Visual Studio Test Professional.
Passo a passo para a automação de testes
Para finalizar, devemos nos lembrar de que os testes manuais são indispensáveis e insubstituíveis no processo de automação e que, portanto, ela não deve ser vista como um substituto milagroso, que consegue resolver todos os problemas, mas sim como uma técnica que tem como principal objetivo agregar valor ao produto. O processo da automação é um investimento de médio a longo prazo e, nesse caso, leva um tempo até atingir a maturidade.
Os testes automatizados repetem sempre as mesmas simulações. Nesse caso, devemos entender que essa ferramenta nos ajuda a garantir muitos caminhos e operações, cobrindo de forma gradativa boa parte da aplicação. Não podemo nos esquecer, porém, de realizar testes exploratórios, pois são eles que possibilitam identificar e mapear novos fluxos ou problemas.
É válido ressaltar que, durante o processo de automação, podem acontecer imprevistos dos mais diversos tipos, desde a falta de alinhamento em relação às expectativas até a falta de testabilidade na aplicação. Então, faça corretamente o planejamento, execute o processo para adquirir maturidade e, com isso, evolua a cada dia.
Concluindo, a automação de testes é necessária, desde que se tenha consciência de como, quando, onde e qual o melhor momento para utilizá-la.