Colaboração entre desenvolvedores e designers: qual a melhor maneira de construir um produto?
12 de Agosto de 2020

Colaboração entre desenvolvedores e designers: qual a melhor maneira de construir um produto?

Gabriela

Gabriela Shima

Autor
Colaboração entre desenvolvedores e designers

Uma pesquisa realizada pelo departamento de engenharia e gestão industrial da Universidade de Oulu mostrou que a colaboração entre desenvolvedores e designers no início da execução de um projeto impacta diretamente na qualidade do produto final e é decisiva para o seu sucesso. Dentre os resultados da pesquisa, foram constatados que uma boa comunicação diminui as chances de um design incompleto, aumenta a satisfação do usuário no quesito de funcionalidade e usabilidade, além de criar espaço para soluções inovadoras e intensa troca de ideias.

Mas, como funciona essa sincronia na prática? 

O objetivo deste artigo é propor uma discussão sobre o papel dos devs e designers na criação de um produto, e trazer luz para esse processo, que deve ser amplamente colaborativo e empático.

De maneira geral, a criação de um produto (físico, digital ou serviço) vem sempre para resolver um problema ou uma dor, seja de uma indústria específica ou de um usuário. Mas, antes de solucionarmos essa “dor” vamos analisar como esses dois profissionais estão olhando para o usuário, para o problema e como suas habilidades podem se complementar.

Estruturas de pensamento

Apesar da maioria das pessoas achar que o papel do designer é cuidar apenas do aspecto físico ou da interface, suas funções vão muito além disso. Ele é o responsável por criar no usuário o desejo por aquele produto. Suas decisões são sempre user-oriented, isto é, são centradas no impacto que elas irão causar na vida das pessoas. 

Já os desenvolvedores são originariamente preocupados com a solução (solution-oriented) e parte do seu trabalho é verificar se a ideia é possível de ser desenvolvida dentro do prazo determinado, como será implementada e, por fim, testada.  

Notamos também que existem algumas semelhanças no modo de trabalho, por exemplo:

  • O aspecto analítico e criativo para criar uma solução;
  • Preocupação com o levantamento e análise de requisitos;
  • Entendimento da importância em mensurar dados. 

Seriam essas, semelhanças suficientes para um desempenho perfeito da equipe?

Acreditamos que quanto mais colaborativo é o processo, mais claro e completo ele fica. E que a complexidade de juntarmos tanto pontos de vistas diferentes é o que agregará valor na tomada de decisão.

Embora devs e designers contribuam de maneira diferente, ambas as funções são críticas para o sucesso do projeto. Sem o desenvolvimento correto, o design perde a sua função, e sem um design bem elaborado, a operação se torna instável. 

Defendemos uma maior interação entre esses profissionais, no sentido de prevenirmos alterações no código, readequação dos requisitos, modificações no layout e eventuais desentendimentos, garantindo projetos dentro do prazo e do orçamento. 

Boas práticas

Uma solução bem pensada começa com uma boa estrutura, requisitos bem estabelecidos, práticas centradas no usuário e também um projeto de código de fácil manutenção, afinal trabalhamos com pessoas e para pessoas.

Criar a experiência ideal para um produto e garantir a satisfação de quem irá usá-lo não é uma tarefa fácil. Precisamos aproximar os processos e aprofundarmos essa relação do time. 

Pensando nisso, listamos algumas outras boas práticas:

  • É importante que ambos os profissionais entendam mais sobre o trabalho um do outro. Sabe aquela dúvida que você guarda há tanto tempo? Não perca a oportunidade de tirá-la agora e aprender junto com a equipe.

 

  • Designers precisam incluir os desenvolvedores na fase de ideação do projeto, para que sejam abordadas múltiplas perspectivas e também permitir que eles tenham a oportunidade de ouvir o usuário. Não esqueça de chamá-los para o levantamento de requisitos e fase de testes.

 

  • Feedbacks proativos que antecipem as limitações de desenvolvimento também são peça-chave. A sinceridade para falar sobre as próprias limitações técnicas é algo fundamental. Não saber algo não nos torna pessoas menos qualificadas. A inovação surge em ambientes restritos e ajuda o time a encontrar uma alternativa. 

 

  • Definir em conjunto os sistemas e práticas como: convenções de nomes, unidades de medidas, tamanhos, margens, paddings e grids podem ajudar o projeto a ganhar agilidade. Um outro bom exemplo é a criação de documentos em plataformas compartilhadas e atuais, onde os designers responsáveis pela interface possam subir o conteúdo do seu trabalho e os devs tenham acesso, facilmente, aos mínimos detalhes.

 

  • Análise criteriosa do protótipo. Detalhes importam! Mover 2 pixels pode parecer uma alteração cosmética ou dispensável depois de passar 80h debugando 1 feature. Pode parecer desencorajador ouvir esse tipo de feedback, mas, embora o design não seja apenas o pixel na tela, é importante compreender que alinhamento, tamanho das fontes, adaptação das cores e espaçamento fazem toda a diferença na interpretação que o usuário terá das funcionalidades e também da sua utilização.
    São detalhes que impactam não só a experiência, como também as habilidades cognitivas de reconhecer ou confundir algo porque uma label está mais próxima de um campo errado. 

 

No final, estamos todos trabalhando por um mesmo objetivo e a junção dos esforços é essencial para eliminarmos os soluços que podem ocorrer durante o desenvolvimento.

Conhece alguma outra prática para ajudar nesse processo? Compartilhe com a gente nos comentários!

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